Abelhas sem ferrão - critérios de escolha das espécies para a criação.


Abelhas sem ferrão - critérios de escolha das espécies para a criação

espécie escolhida para a criação deverá obedecer ao critério de escolha do local de instalação do meliponário. No entanto, o meliponicultor deverá adotar alguns cuidados essenciais para manter colmeias vantajosas.

Na escolha das espécies que serão criadas, deve-se dar preferência às que são nativas da região onde está o meliponário, ou, em todo caso, as espécies procedentes de áreas vizinhas ou de ecologia compatível. Será necessário, também, que tais abelhas sejam escolhidas de acordo com a finalidade que se deseja, ou seja, lazer, ornamentação, pesquisa ou fins comerciais. Se a finalidade for a produção de mel, o meliponicultor poderá optar por uma só espécie, que seja abundante na região, conseguindo, com isso, uma quantidade maior de enxames e mais rapidez na montagem do meliponário.

No entanto, se o meliponicultor optar pela criação de mais de uma espécie, não haverá problema, porém será necessária uma flora apícola adequada. As meliponídeas são estritamente adaptadas às condições ecológicas locais. Provavelmente, essa adaptação está relacionada com a capacidade dessas abelhas de, até certo ponto, contrabalancear efeitos desfavoráveis da consanguinidade nas regiões onde são nativas.

As mais comuns são a Jandaíra Negra da Amazônia (Melípona compressipes manaosensis), a Tiúba (M. compressipes fasciculata), a Turuçu (M. fuligonosa), a Jandaíra Nordestina (M. subnitida), a Manduri (M.d ´orbinyi), a Guaraipo (M. bicolor schenki), a Mandaçaia Menor (M. mandacaia) e a Mirim do Sul (Plebeia emerina), entre outras.

Entretanto, existem espécies que fogem a essa regra, podendo ser criadas, eventualmente, em regiões diferentes. Exemplo disso são as espécies de abelhas indígenas da floresta litorânea úmida do Nordeste, como a Uruçu Nordestina (M. scutellaris), existente do Ceará à região litorânea (RJ). A Uruçu poderia se adaptar bem a outras áreas florestais úmidas. A Uruçu Amarela do Planalto Central (M. rufiventris rufiventris) é outro exemplo, vivendo em cerrados, que tem preferência pela vegetação aberta. Essa abelha poderia se adaptar ao Nordeste do Estado de São Paulo, onde já houve enormes cerrados.

Há, ainda, a Jataí (Tetragonisca angustula) que vive na maior parte do Brasil e da América Tropical, sendo muito importante, por sua produção de mel que dispensa praticamente a pasteurização. Por ser uma abelha resistente e de fácil manutenção e multiplicação, eventualmente, pode fornecer potes de samora ou saburá (pólen) e de mel às colônias fracas de outras espécies, além de se adaptar a diferentes regiões.

Existem, entretanto, espécies que não devem ser criadas no meliponário, como a abelha Irapoá (Trigona spinipes), que é prejudicial a algumas culturas, pois corta os botões florais de várias plantas, principalmente citrus, utilizando os botões para a construção dos ninhos.

As abelhas Limão (Lestrimellita), conhecidas também como Iratim, não possuem estruturas para a coleta de alimentos, sobrevivendo de saques a outras colônias; e as abelhas Caga-fogo (Oxytrigona tataíra), que se defendem liberando uma substância que, em contato com a pele, provoca sérias queimaduras por ácido fórmico.

Dentre os meliponídeos conhecidos, alguns têm demonstrado potencial para a produção de mel e pólen. A reputação do mel de Uruçu e Mandaçaia é conhecida em meio aos consumidores.
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Por Andréa Oliveira.
Fontes: Embrapa, USP, WebBee e Wikipédia


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